você não pode justificar o ciúme com o amor. sinto ciúme de você porque te amo demais. eu já disse isso, mas hoje vejo diferente. se eu amo demais, o problema é meu. dizer que ama e quantificar o amor só serve para quem sente. se eu tenho o maior amor do mundo, o mais puro e o que mais me faz feliz o problema é exclusivamente meu. sabe por quê? não importa o amor que eu sinto, não para o outro. para o outro importa como eu demonstro, me comporto e vivo esse amor. o que adianta eu dizer que o meu amor é o mais puro de todos se eu não mostro isso? o amor não é uma palavra bonita. o maior problema do mundo, hoje, é esse. as pessoas acham que falar basta. não, falar não basta. o amor não tem que ser dito, ele precisa ser sentido, senão ele não sobrevive.
(clarissa corrêa)
que pudesse me ouvir o tempo todo, sem falar nada e depois que eu terminasse, ele poderia me responder. alguém que por pior o pecado que eu cometesse, ele ia me perdoar e nem lembraria mais do que eu fiz. alguém que soubesse meu nome, minha vida, os erros que cometi, as tentações que suportei, a vida que eu tive, e não me condenasse, muito pelo contrario, que devia me acolher e me amar. sabe eu procurei alguém per(feito) pra mim. eu achei... Jesus.
uma grande sorte, uma grande beleza, uma grande fortuna e esquece de olhar pras miudezas. esquece que grandioso, é o pequeno, o singelo, essas coisinhas que vão passando despercebidas. esquece que a felicidade não está apenas no presente, mas também nos laços e papéis coloridos que o embrulham. a gente espera grandes eventos e esquece que a felicidade chega sem avisar. espera uma sinfonia cheia de acordes e sons, e esquece que a felicidade não é esse grito. são sussurros, que só escutam aqueles que sabem ouvir o canto da simplicidade.
(paula andrade)
daquilo que nos faz um tanto bem maior, daquilo que nos faz amadurecer diariamente: a capacidade que a gente tem de olhar no olho, de agradecer, de poder dialogar, críticar com sensibilidade, com coragem. que a gente saiba valorizar cada momento nosso, porque todo mundo aqui já está automaticamente em extinção; só existe um de cada um de nós. que a gente saiba cuidar muito disso…
(fernando anitelli)
mas já que estou aqui quero ir até o fim. é que quando você fala eu me perco, sorrio, tento disfarçar, não consigo. então me derreto. sorrio novamente, te beijo e pronto: ali você me ganha! não que você não me tenha, mas é ali que você me merece, e me prende, e me faz sua. não pelo sentimento de posse, mas porque ali eu não quero ser de mais ninguém.
(ana clara almeida)
mas mesmo assim Ele continua sendo o absoluto dos meus dias. nunca choveu maná no quintal da minha casa e a imagem que tenho da Virgem Maria nunca derramou uma lágrima. o que tenho aqui é esta mão machucada, este dedo sangrando, este nó na garganta, este humano desconsolo, esta dor, esta cor e este olhar desconcertante de Deus, deixando-me sem jeito, ao dizer que me ama.
(pe. fábio de melo)
todos os carinhos, todas as atenções. quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber. sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou… e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos. e vou dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar.
(caio fernando de abreu)